#003 - santo de casa não faz milagres
semana passada rolou um mega desafio por aqui. finalmente eu me dei por vencida e entendi que muitas das coisas que eu quero fazer vai ser impossível de conquistar sozinha. nesse tempo todo que eu produzo conteúdo eu sempre tive uma ideia fechada na minha cabeça: preciso ter uma estrutura simples e que eu consiga fazer sozinha! minha autonomia com o meu trabalho é algo muito importante pra mim. e como boa virginiana que sou, não abro mão facilmente do controle.
mas como eu te contei na cartinha anterior, já são 4 anos produzindo conteúdo da mesma forma e adivinha só? uma hora a gente cansa de fazer as mesmas coisas do mesmo jeito. seja porque a gente mudou ou porque elas não estão dando o resultado que a gente gostaria. no meu caso é uma bela soma dessas duas coisas!
e com a ideia da série “eu tô bem, e você?” - que se você ainda não viu o teaser clica aqui pra ver - eu tive que mudar completamente a estrutura que eu trabalho. precisei da ajuda de outras pessoas, porque é impossível produzir um conteúdo desses sozinha (pelo menos pra mim).
eu que falo tanto sobre empatia, olhar para o outro, ser vulnerável e todas essas coisas que eu tenho certeza que você já me ouviu falar, fiquei morrendo de medo de deixar outras pessoas entrarem na “minha casa”. sem contar que eu não estava lidando com qualquer um. era a minha namorada e meu melhor amigo! aparentemente deveria ser fácil, né? mas não foi!
se você já passou da cada dos 30, eu tenho certeza que você já lidou com algumas - se não muitas - decepções na sua vida (se você ainda não chegou lá, fique tranquila. as decepções vão chegar, rs!). e eu acredito que essas decepções acabam endurecendo a gente e fazendo com que tenhamos medo de nos jogar em algumas coisas.
eu estava lendo um livro esses dias que dizia como a gente tem que passar a olhar todas as coisas que fazemos com um olhar de amador. quem é amador tem paixão pelo que faz e menos medo de errar. quem é amador tem menos a perder. quando a gente se considera sábio em alguma coisa, existe uma expectativa muito grande nesse lugar e temos que ter mais cuidado com o que falamos e fazemos. e só por ter esse cuidado a gente passa a fazer e ser menos do que a gente poderia. não sei se isso faz alguma sentido pra você, mas pra mim fez muito quando eu li.
por aqui já completamos um mês de quarentena e, contra todas as estatísticas feitas por mim mesma, eu tô bem. eu sei que é horrível assumir isso pra você, mas uma parte de mim quer ficar dentro de casa mais algum tempo. parece que aqui eu consigo ficar com o que é meu e deixar o que é dos outros lá fora. muito egoísmo? talvez.
mas se tem algo que esses dias me provaram mais uma vez é como nós somos adaptáveis. se contassem pra gente que teríamos que ficar tanto tempo dentro de casa saindo só para o que fosse extremamente necessário a gente não acreditaria, né? e olha aí! nós conseguimos!
espero que você esteja bem e sua família também.
com amor,
Lari.